É interessante notar que Pantanjali, o fundador da ioga, não desenvolveu nenhum método catártico. Ao que parece, não eram necessários na sua época. As pessoas eram naturalmente mais silenciosas, pacíficas, primitivas. A mente ainda não funcionava tanto. As pessoas dormiam bem e viviam como os animais. Elas não eram tão pensativas, lógicas e racionais. Estavam mais centradas no coração, como acontece com os povos primitivos ainda hoje. Além disso, a vida funcionava de uma forma tal que produzia muitas catarses automaticamente.
Pense em um lenhador, por exemplo. Ele não precisava de catarse porque, ao cortar a lenha, todos os seus instintos assassinos eram eliminados. Cortar lenha é como assassinar uma árvore. Um pedreiro não precisava fazer meditação catártica, ele a fazia o dia inteiro. Mas as coisas mudaram para o homem moderno. Hoje nós vivemos em tamanho conforto que não existe a possibilidade de realizarmos qualquer catarse em nossas vidas, exceto, é claro, se você dirigir como um louco!
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Aqueles que têm conhecimento sobre os centros mais profundos do cérebro costumam dizer que os trabalhadores braçais são pessoas menos ansiosas e tensas, que dormem melhor. Isto pode ser explicado porque as mãos estão conectadas com a parte mais profunda do cérebro. Quando você trabalha com as mãos, a energia está fluindo da cabeça para as mãos e sendo liberada. As pessoas que trabalham com as mãos não precisam de uma catarse, mas aquelas que realizam trabalhos essencialmente mentais precisam de muita catarse porque acumulam energia demais e não possuem uma saída ou abertura por onde ela possa ser liberada do corpo. Essa energia permanece dentro da mente o tempo todo, enlouquecendo-a.
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Antigamente, não havia a necessidade de catarse, porque a própria vida já era uma catarse. Hoje, porém, não é mais assim. Por isso inventei os métodos catárticos. Somente após executá-los você será capaz de sentar-se em silêncio, mas não antes.
Aprendendo a silenciar a mente, Osho
2 comentários:
Vou pensar nisso!
Beijos, ótima semana pra vc.
Muito bom esse texto amiga.
Por onde andas?! Tô com saudades.
Beijos com muiiiiiiiiiito carinho.
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