"A depressão é a imperfeição no amor. Para podermos amar, temos que ser criaturas capazes de se desesperar ante as perdas, e a depressão é o mecanismo desse desespero. Quando ela chega, degrada o eu da pessoa e finalmente eclipsa sua capacidade de dar ou receber afeição. É a solidão dentro de nós que se torna manifesta, e destrói não apenas a conexão com outros, mas também a capacidade de estar apaziguadamente apenas consigo mesmo. Embora não seja nenhum profilático contra a depressão, o amor é o que acolchoa a mente e a protege de si mesma. Medicamentos e psicoterapia podem renovar essa proteção, tornando mais fácil amar e ser amado, e é por isso que funcionam. Quando estão bem, alguns amam a si mesmos, alguns amam outros, alguns amam o trabalho e alguns amam Deus: qualquer uma dessas paixões pode fornecer o sentido vital de propósito que é o oposto da depressão."
O demônio do meio-dia, Andrew Solomon
2 comentários:
Nossa, que texto maravilhoso!
Diz aí, Ção, já leu o André Comte-Sponville?
Acho que vc ia gostar!
Beijos
Amiga, vamos nos conhecer em novembro sim, fiquei preocupada contigo!
Nada de depressão, ou de desistir mulher!
Leia o "Pequeno Tratado das Grandes Virtudes" do Andre Comte Sponville.
Ninguém é capaz de desistir depois de ler.
bEijso
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