Ser solteiro, uma opção
Não sei quem conseguiu o feito, mas hoje é Dia do Solteiro. E é bom constatar que aquele que optou por permanecer só (e não necessariamente solitário) já não sofre discriminação, especialmente as mulheres, que antes ganhavam o rótulo de solteironas ou pior, tinham fiado pra titia, merecendo a piedade das afortunadas que possuíam um par. Felizmente, tal preconceito saiu de moda e o censo deverá mostrar que o número de solteiros tornou-se tão representativo quanto o de editais de casamento que preenchem páginas e páginas dos jornais. Hoje, boa parte dos homens e mulheres dá prioridade à carreira ou aos sonhos pessoais, para depois pensar em partilhar a vida com um parceiro. Há solteiros vitalícios que se dizem perfeitamente realizados com seu estado civil.
O mercado está atento a essa fatia da sociedade. Constroem-se apartamentos e flats especialmente para eles, oferecem-se atividades de lazer exclusivas para singles, restaurantes e supermercados elaboram porções para uma única pessoa e assim por diante. Nem mesmo a culpa ou frustração de não ser mãe ou pai consegue prejudicar a alegria do solteiro, pois uma e outra podem ser solucionadas com a produção independente ou adoção de um filho.
Aquele parente ou amigo eternamente disponível porque avulto é espécie em extinção. Os solteiros atuais, de ambos os sexos, exercem o direito de viver plenamente a própria vida, sem dever nada a ninguém. Inclusive os idosos que, se no passado eram alojados em casas de parentes, agora contratam um cuidador e preservam a independência e a privacidade continuando a morar sós, no lugar e do jeito que gostam.
Tenho particular apreço pelas pessoas que se bastam, porque é sinal que estão bem resolvidas e não se preocupam demais com a aprovação de terceiros. E acredito que é mesmo uma questão de vocação, casar ou ficar solteiro. Assim como creio que as uniões contemporâneas têm melhor chance de dar certo, porque mais conscientes, resultado de uma escolha verdadeira, e não da necessidade de satisfazer a expectativa da família, melhorar a condição financeira, libertar-se do jugo dos pais.
Mas, se hoje você encontrar algum solteiro convicto, dê-lhes os parabéns pela data e admire aquele homem ou mulher que tem luz própria e soube encontrar seu papel neste mundo. Eles são o exemplo vivo de uma das possibilidades que o destino nos oferece. Ser par ou ímpar é decisão nossa e qualquer que seja a opção, o objetivo é sempre o mesmo: alcançar a boa e velha felicidade.
Autor: Madô Martins
Fonte: Jornal A Tribuna - Santos/SP
15/08/2010
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