Pegue uma criatura original.
Domestique a cedo, de preferência antes da fala ou da locomoção.
Socialize-a ao máximo.
Deixe que sinta uma fome profunda pela sua natureza selvagem.
Isole-a dos sofrimentos e liberdades dos outros, para que ela não possa comparar sua vida a nada.
Ensine-lhe apenas um ponto de vista.
Permita que ela seja carente (ou fria, ou indiferente) e deixe que todos percebam, mas que ninguém lhe diga.
Permita que ela se isole do seu corpo físico, eliminando, portanto, seu relacionamento com essa criatura.
Solte-a num ambiente em que ela possa obter em excesso coisas que antes lhe eram negadas, coisas que sejam tanto interessantes quanto perigosas.
Dê-lhe amigos que também sejam carentes e que a estimulam ao desregramento.
Permita que seus instintos fragilizados relacionados à prudência e à proteção continuem assim.
Em consequencia dos seus exageros (alimentação insuficiente, alimentação excessiva, drogas, sono insuficiente, sono excessivo, etc.), permita que a morte se insinue bem perto dela.
Permita que ela se esforce por uma restauração da persona de "boa menina" e que tenha sucesso, mas só de vez em quando.
Depois, finalmente, permita que ela se envolva freneticamente com excessos promotores de dependência em termos psicológicos ou fisiológicos, que causem entorpecimento por si mesmos ou pelo seu abuso (álcool, sexo, raiva, submissão, poder, etc).
Agora ela está no cativeiro. Inverta o processo, e ela se libertará. Restaure seus instintos, e ela se fortalecerá.
Mulheres que correm com os lobos de Clarissa Pinkola Estés
3 comentários:
Interessante! Gostei... vou reler novamente.
Beijos e saudades.
só uma coisa: eu vou ler esse livro!
beijos e saudades!
Por onde vc. anda? Tá meio sumidinha. Tá tudo bem?
Bjs
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