Meu caso é bem esse, raiva, raiva, raiva e não saber como expressá-la.
Quando estou com raiva tenho vontade de rodar a baiana, dizer umas verdades, quebrar o pau da barraca, mas ... não faço nada disso fico quieta.
Minha raiva, eu a cultivo pouco a pouco, nas pequenas concessões que vou fazendo, fazendo, até a outra pessoa achar - que não estou fazendo nada mais que minha obrigação; aí fico magoada, ressentida.
E quando vou dizer alguma coisa, me olham com aquela cara, sabe aquela cara?: "Nossa porque tudo isso, só por causa disso?"
mais um trecho do livro ...
... Pense nestas típicas situações:
Ann está extremamente cansada após um longo dia de trabalho. Pretende passar a noite sozinha, e somente descansar, ver televisão e ler. Seu vizinho, Jack, telefona e lhe pergunta se poderia tomar conta das crianças por uma hora, enquanto ele e a esposa vão até o supermercado. Ann acha que deve ajudar, mas sabe, de experiências passadas, que dificilmente será pelo tempo combinado e que perderá a noite inteira. Vai com relutância até o vizinho. Jack e Penny voltam às 23:30. Foram ao supermercado e ao cinema. A essa altura Ann está com raiva, mas culpa a sim mesma por ter aceitado cuidar das crianças sem antes ter estabelecido as condições. Vai para casa resmungando e come.
Bill e Roz haviam combinado ir ao cinema. Bill telefona do trabalho para Roz para verificar se pode trazer alguns amigos para o jantar. Roz, que já havia começado a cozinhar, aceita sua decisão como um fato consumado e relutantemente concorda, achando que não tem o direito de recusar. Entra na cozinha, bate com as coisas enquanto prepara o jantar, sentindo-se mal humorada. Pensa que Bill esqueceu do encontro para o cinema e se sente rejeitada. Sente-se usada por ele enquanto cozinha, mas ao mesmo tempo culpada por se tão mesquinha e pouco espontânea. Enquanto cozinha não para de beliscar e, quando Bill e os amigos se sentam para o jantar, ela começa a comer com sofreguidão, a essa altura com raiva por causa de sua incapacidade de, antes de mais nada, poder se colocar em primeiro lugar.
Em ambas as situações, Ann e Roz sentem que não têm o direito de pedir o que realmente querem. Ann tem medo de estabelecer os limites de seu próprio altruísmo e Roz não luta por si mesma e pelo cinema combinado. Ambas se culpam por não se terem afirmado e também por não terem um mínimo de egoísmo, até mesmo para saber quais as necessidades que vem em primeiro lugar. As duas comem seus sentimentos desagradáveis em vez de voltar-se para a difícil questão da afirmação. Sentem-se mais seguras usando suas bocas para alimentar-se do que para falar e se afirmar. Pensam que a gordura está falando por elas, embora o sofrimento impeça que as palavras saiam.
Gordura é uma questão feminista de Susie Orbach
3 comentários:
Tá na hora de falar o que sente, não precisa ser com raiva, mas começar a dizer o que não quer, porque se vai acumulando, aí sim quando falar vai ser com uma raiva daquelas.
Se coloque, as pessoas precisam gostar de vc. como vc. é... e não como elas querem que vc. seja. ok!
Agora quando não der para segurar a raiva, soque uma almofada, ajuda muito. kkkkkk
Beijos
Temos de aprender a dizer não.
Senão só dizemos para nós mesmas, para nossas necessidades, desejos...
eu sou como você e também estou cansada disso...
me sinto péssima quando digo o que sinto!
e como estão acostumados a me "ferrar" ficam assustados quando delimito meu espaço...
vamos aprender, ainda dá tempo!
beijos
Boa idéia! Hoje mesmo vou falar com ela.
Grandes beijos e boa quarta.
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